terça-feira, 23 de junho de 2009

Castelo de Amieira do Tejo

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Recentemente remodelado, depois de uma longa espera entre o terramoto de 1755 e os tempos actuais, encontra-se já aberto ao público o castelo de Amieira do Tejo. Todo ele com uma arquitectura exemplar, construído pelo ser humano quando não havia máquinas, tecnologia nem gruas para facilitar a construção, sem dúvida uma grande construção no século XIII.
Com vista a defender esse mesmo território ficando ele a sul do Tejo como ponto de referencia entre norte e sul.

O castelo da Amieira, supõe-se, ter sido construído no reinado de D. Afonso IV, por volta de 1350, pela Ordem de São João do Hospital de Jerusalém, a quem o rei D. Sancho II, no século XIII, doou estas terras.
A posse desta ordem terminou em 1440, no reinado de D. Pedro, devido ao prior da ordem se ter colocado ao lado de D. Leonor de Aragão, no diferendo com D. Pedro, envolvendo forças de Castela.
O terramoto de 1755 deixou o castelo bastante danificado, tendo sido realizadas algumas obras de restauro, mas só em meados do século XX, já class
ificado como Monumento Nacional, teve obras significativas de consolidação e restauro, por parte da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.
Este pequeno castelo tem forma rectangular, com quatro torres, cada uma num dos seus ângulos e Torre de Menagem.





O Castelo de Amieira do Tejo está integrado na longa e antiga linha de defesa de fortalezas do Tejo e, tendo em conta as suas características artísticas e arquitectónicas, foi decretado Monumento Nacional em 1922 e em 1923 foi classificado como Monumento Militar pelo Ministério da Guerra. O corpo principal (com as quatro torres em cada ângulo) terá sido construído por iniciativa de D. Álvaro Gonçalves Pereira entre 1350-1360, já com algumas edificações no interior do pátio, das quais restarão as fundações. A cisterna, no centro do mesmo pátio, datará do século XV, embora tenha existido no mesmo local outra mais antiga. Pensa-se que numa primeira fase o castelo teria sobretudo funções militares. O castelo apresenta uma planta quadrada, com quatro torres também quadradas pontuando cada extremo, sendo a torre de menagem a de maiores dimensões. A envolvê-lo encontra-se ainda a barbacã (muro anteposto às muralhas e mais baixo do que estas para defender o fosso), hoje livre, em grande medida, das construções anexas que a ela se adossavam. No interior do recinto, ao centro, encontra-se a cisterna e vários vestígios das construções que anteriormente ali se ergueram.
A actual porta de entrada, aberta na barbacã, data das intervenções realizadas pela DGEMN no século XX, embora tenha existido mais ou menos no mesmo local, outra porta, de vão rectangulares, retratada no desenho de Tinoco, cerca de 1620. Cada torre apresenta ainda frestas (com destaque para a fresta trilobada na fachada Norte) e fenestrações em arco quebrado, podendo ver-se na fachada Este da torre de S. João Baptista um exemplar com arquivoltas lisas alternadas por um sulco e assentes em capitéis de finos motivos vegetalistas, possivelmente do século XV. No alçado Sul da torre do Sanguinho outro janelão de arco quebrado apresenta em torno do arco uma decoração com meias esferas, elemento datado dos séculos XV-XVI.

Num dos ramos da barbacã, na face leste, situa-se a capela de S. João Baptista, um pequeno edifíc
io de planta rectangular (6,5 x 10m), provavelmente construído em 1556. A Capela de S. João Baptista, dada a sua proeminência e “abertura” à vila, poderia mesmo ser um ponto de paragem de soldados ou viajantes antes de seguirem pelo Tejo, através da “barca da Amieira”, elemento cuja importância nunca é demais sublinhar na sua relação com a vila.
A Capela de S. João Baptista do Castelo de Amieira do Tejo apresenta um interior muito simples, com uma planta rectangular, em que o comprimento é o dobro da largura, uma proporção desde sempre utilizada nos templos cristãos, por reflectir as medidas divinas. Existe uma pequena pia de água benta do lado direito, bem como u
ma porta, no mesmo alçado, de acesso ao recinto do castelo
As referências que o monumento tem merecido dizem respeito ao programa decorativo da sua abóbada de canhão, a qual é integralmente dividida com doze caixotões preenchidos por grotescos de inspiração maneirista, com motivos vegetalistas, animais fantásticos, geométricos, antropomórficos e híbridos. Os caixotões estão bem definidos por nervuras de perfil quadrangular, em tijolo, revestidas a argamassa de cor creme trabalhadas para que adquirissem um aspecto rugoso no interior e liso ao longo das arestas, exactamente como é habitual ocorrer nos elementos em pedra lavrada, imitando o trabalho da bujarda.
A solução arquitectónica utilizada no tecto da Capela de S. João Baptista reflecte, pois, um gosto erudito, alinhando este edifício com outros de feição classicizante. Nas proximid
ades da vila de Amieira existem diversos exemplos onde foi utilizada a solução do tecto de caixotões, devendo lembrar-se o primeiro tramo da Matriz do Crato (século XVI), a capela-mor da Igreja Matriz de Montalvão e a capela-mor da Igreja de Pedrógão Pequeno, ligada aos freires de Malta.
As paredes da capela, com aproximadamente 1m de espessura, são de alvenaria de pedra e estão revestidas com argamassa provavelmente com base em cal.
Relativamente às intervenções realizadas no Castelo ou na Capela, pouca referência foi encontrada. Consta que os primeiros trabalhos de reparação no Castelo datam do reinado de D. João II (1484-1495) prosseguindo no reinado seguinte, altura em que foram realizadas obras nos muros e fortalezas da Vila de Amieira.
Os documentos existentes referem a situação de abandono e degradação do castelo durante o prolongado período de inactividade bélica pelo qual passou o castelo e faz uma breve descrição da situação em que este se encontrava em 1759: “das quatro torres não terem já sobrados, nem telhados e a sala principal entre as duas primeiras torres está arruinada”.
É sabido que em 1846 foi instalado no interior do castelo (praça de armas) o cemitério da aldeia, tendo este vindo a funcionar durante muitos anos; a bibliografia refere que “todo o chão livre do Castelo” e “uma parte do terreno compreendido entre a frontaria do monumento e a respectiva barbacã” foi obstruído por obras funerárias. No decorrer deste período o acesso ao ce
mitério ou ao próprio castelo era efectuado unicamente através da Capela de São João Baptista.
De pequenas dimensões, com
planta no formato rectangular, é considerado um modelo de castelo português no estilo gótico.
As
muralhas, ameadas, são reforçadas nos ângulos por quatro sólidas torres e pela Torre de Menagem, de maiores proporções, com planta quadrangular, defendendo a porta da barbacã. Esta torre possui janelas, sendo uma geminada e outra com arco pontiagudo e moldura de toros. No interior, abre-se a praça de armas. No exterior, o conjunto é completado por fosso (hoje aterrado) e uma sólida barbacã de planta quadrangular, de muros ameados.
Fora dos muros, mas adossada a uma das torres, ergue-se a Capela de São João Baptista com portão em arco de volta perfeita com
aduelas almofadadas. No interior, apresenta abóbada de caixotões decorada com grotescos e uma imagem do padroeiro, além de um retábulo tardo-renascentista.


Vistas de vários ângulos do monumento histórico a arquitectura do castelo nas suas várias vertentes.








O Castelo Medieval


No contexto das lutas pela Reconquista cristã da península Ibérica e da formação do reino de Portugal, o rei D. Sancho II (1223-1248) fez uma expressiva doação de terras à Ordem de São João do Hospital de Jerusalém, incluindo as vilas de Amieira, Belver (Gavião) e Crato (1232). Das três, a última a ser fortificada foi a de Amieira, cerca de um século mais tarde, sob o reinado de Afonso IV de Portugal (1325-1357). A edificação do castelo é atribuída a Álvaro Gonçalves Pereira, filho bastardo do Prior da Ordem do Hospital em Portugal, bispo D. Gonçalo Pereira, e pai do futuro Condestável, D. Nuno Álvares Pereira. Algumas obras devem ter sido orientadas por um outro filho, D. Pedro Pereira, e não se encontravam concluídas em 1359 conforme se depreende de uma carta régia enviada nesse ano a D. Álvaro, tendo sido concluídas em 1362.
Durante a
Crise de 1383-1385, o então Prior do Hospital, D. Pedro Pereira, no início de 1384 reconheceu a autoridade de D. Beatriz, filha de D. Fernando, e, como tal, herdeira legítima do trono português. O Castelo da Amieira, juntamente com outros da Ordem, prestou obediência à Rainha, situação modificada poucos meses mais tarde, por influência do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, irmão do Prior, tendo este partido para Castela.
O único episódio militar em que o castelo esteve envolvido ocorreu em
1440. Tendo D. Leonor, princesa de Aragão, se desentendido com o infante D. Pedro, retirou-se, com a cumplicidade do prior, D. Nuno de Góis, para o Crato, invocou em seu auxílio as forças de Castela, que cercaram a Amieira. Diante dessa insubordinação, D. Pedro determinou a ocupação dos castelos do priorado do Hospital nessa região fronteiriça, ordenando a D. Álvaro Vaz de Almada, conde de Abranches, acometer o Castelo da Amieira. Sem oferecer resistência os castelos renderam-se, o prior do Crato e D. Leonor puseram-se em fuga para Castela e a paz foi restabelecida. O Castelo da Amieira passou para as mãos de Pedro Rodrigues de Castro como alcaide ao final do conflito.
Nos séculos seguintes, foram precedidas pequenas obras de modernização sob o reinado de
D. João II (1481-1495) e de D. Manuel I (1495-1521), fase em que teria servido como prisão. Data do século XVI a construção de uma capela, sob a invocação de São João Batista (1556).


Do século XVII aos nossos dias:

À época da guerra da

Restauração da Independência foram erguidas edificações residenciais no interior do recinto do castelo que, abaladas pelo terramoto de 1755, já se encontravam em ruínas em 1747, segundo relato coevo do padre Luís Cardoso. Nessa época tentou-se a recuperação parcial da Torre de Menagem.
Em meados do
século XIX, possivelmente em virtude do decreto que proibiu os enterramentos dentro do recinto das igrejas em Portugal (1846), a praça de armas do castelo passou a ser utilizada como cemitério pela população da vila.
Já no
século XX, na década de 1920, as dependências do castelo passaram para a responsabilidade do Ministério da Guerra, com quem a Junta de Freguesia celebrou um contrato de arrendamento que lhe permitiu usufruir do monumento. Classificado como Monumento Nacional pelo Decreto n° 8.447, publicado em 10 de Novembro de 1922, na década de 1940 foi objecto de intervenção de consolidação e restauro pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), mantendo-se em boas de condições de conservação até aos dias de hoje.


A povoação de Amieira do Tejo está aglomerada em redor deste Castelo de Quatro torres, ligadas por muralhas. Trata-se de um exemplar bem conservado da arquitectura militar trecentista, construído em 1350 por D. Álvaro Gonçalves Pereira, prior da Ordem de Malta e pai do Condestável D. Nuno Álvares Pereira.

Trabalho elaborado por: Dário Alfaia

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