terça-feira, 9 de junho de 2009

História de Portalegre cidade religiosa

História Portalegre Cidade Religiosa
Portalegre é uma cidade com uma vista alegre e aprazível. Sede de distrito do Alto Alentejo é rica em cultura, gastronomia e doçaria conventual e em monumentos, onde podemos visitar a Sé Catedral e a Casa Museu José Régio, etc. Visite Portalegre.
History of Portalegre. Religious City
Portalegre is a city with a joyful and pleasantview. It is in Alto Alentejo and it's rich in culture, gastronomy traditional dessents and monuments. Is Portalegre we can visit Sé Catedal, Museum casa José Régio, etc.
Come to visit Portalegre.
Falar de Portalegre é recuar no tempo até à pré – história, mais precisamente ao ano de 1300 anos a.c., onde a lenda de Maya é contada por Frei Arrais, Bispo de Portalegre: relata-nos como nas imediações do ribeiro do Baco (o arroio ainda hoje assim popularmente conhecido, que ocorreu junto á Ermida de S. Cristóvão), passeava um dia a bela Maya, filha de Lísias, que pastoreava o seu rebanho na companhia de Tobias, quando Dolme, um vagabundo de má índole, cobiça-a e rapta-a, assassinando Tobias, que se movia em sua defesa. O pai Lísias, desesperado pela demora da filha, parte á sua procura chamando-a repetidamente: Maya! Maya! Mas para seu desespero encontra-a morta. Tresloucado pela infelicidade, vagueia repetindo incansavelmente o nome da filha até morrer subitamente feliz, quando um dia julga ver a sua filha, estende-lhe os braços numa ilusória aparição.

O lugar onde Lísias, capitão do Baco, se fixara com os seus homens e onde fundara um templo dedicado ao seu pai Deus Baco, mesmo na falda da serra de Portalegre onde corre hoje o Ribeiro do Baco. Edificou um forte, que serve de Igreja a S. Cristão, dedicado a sua filha Maya. Seria então homenagem a Maya que se teria fundado a cidade de Ammaia no mesmo sítio onde hoje está Portalegre.

Sabe-se hoje que este acontecimento não passa de uma lenda, apoiada numa lápide Romana, trazida para Portalegre aquando da sua fundação (existente ainda no Museu Municipal. Nessa lápide pode ler-se traduzido: «Ao imperador Lúcio Aurélio, verdadeiro Augusto, filho do divino Antonino. Pontífice Máximo investido no poder tribunício, cônsul pela 2ª vez pai da Pátria, dedicou o município de Ammaia». Porém a cidade romana de Ammaia que de facto existiu, foi destruída e sobre ela se edificou Aramenha, povoação que no princípio do século exibia um monumental arco romano em pedra rústica de aspecto grandioso.
Em 1259 D. Afonso III manda reconstruir a povoação antiga de Portelos, arrasada pelas escaramuças entre cristãos e muçulmanos, concedendo-lhe foral, elevando-a a categoria de Vila. A este novo concelho foi dado, primeira vez, o nome de Portus Alacer, traduzido: (Portus: lugar onde se fazia a troca de mercadorias, Alacer: sítio alegre com vista agradável).


Em 1290 D. Dinis fortifica o seu castelo com 12 torres e 8 portas, num estilo gótico, ao sabor das necessidades imediatas para a época que se atravessava. Os Portelos ou Portas das quais 3 ainda hoje sobrevivem, podemos destacar: a de Alegrete, a leste com o seu arco maciço em forma de túnel que mais tarde foi restaurado, dando-lhe uma aparência geométrica, forte na sua rigorosa simetria, no Corro de Baixo sítio aberto onde antigamente tinha lugar os torneios das jogatina de canas. Também importante, era a Porta da Devesa virada a norte, dela ficou a memória duma porta ladeada por dois torreões em relevos de pedra com a forma de armas. Uma delas está guardada no Museu Municipal de Portalegre datada de 1590. As portas eram o ponto obrigatório de passagem onde se cobravam os direitos de portagem, (onde as pessoas tinham que pagar para passar para o outro lado) fez-se dela um sinal iconográfico ao ponto de a privilegiarem como símbolo de identidade da própria cidade.

D. Pedro Álvaro Pereira (irmão do Condestável e agora Canonizado Santo Nuno de Santa Maria) que tentou em vão defender a alcaidaria-mor do castelo, logo após ter tomar o partido de Castela na altura da grande crise de 1383-85, e vendo-se cercado pelas milícias nacionais do Mestre de Avis, conquista a praça forte com o auxilio dos próprios Portalegrenses. A vila tomou entusiasmada o partido da independência e foram os procuradores João Boroa e Vasco Vicente quem por Portalegre assinaram nas decisivas Cortes de Coimbra de 1385-87, homenagem ao Mestre de Avis, sendo a segunda cidade do pais a fazê-lo.
Era a aclamação de D. João I como Rei de Portugal. Este concederá depois a Portalegre um alvará com o título de «LEAL».
Estávamos no reinado de D. João III quando em 1549, a pedido do rei, o papa Paulo III declara a bula que vai criar a nova diocese de Portalegre.



Em 1550 D. João III por carta de privilégios eleva a Vila a Cidade, mais precisamente no dia 23 de Maio. É nessa data que ainda hoje se celebra todos os anos o dia da cidade com o seu feriado Municipal.
Em 1556 foi lançada a primeira pedra para a construção da nova Sé Catedral, consagrando a Nossa Senhora da Assunção. A grandiosa e imponente construção ainda hoje é o principal monumento da cidade de Portalegre.
Em 1640 Portalegre é uma das primeiras cidades a reconhecer a independência de Portugal no dia 2 de Dezembro. Actualmente esse dia é comemorado no dia 1 de Dezembro feriado Nacional.
A 20 de Maio de 1801 o exército espanhol invade todo Alto Alentejo e para mostrar ao rei que o Alentejo estava sobre o seu domínio, dois soldados Espanhóis teriam colhido dois ramos de laranjeira com o seu fruto remetendo-as ainda frescas por seu comandante ao rei com a mensagem: «Eu careço de tudo, mas sem nada irei para Lisboa». A este curto episódio militar entre Portugal e Espanha ficou conhecido pela «Guerra das Laranjas». O herói desta proeza é o Manuel Godoy.
No dia 18 de Julho 1835 Portalegre é elevada a sede de distrito, a ela ficam associados 15 concelhos (Alter do Chão, Arronches, Avis, Campo Maior, Castelo de Vede, Crato, Elvas, Fronteira, Gavião, Marvão, Monforte, Nisa, Ponte de Sor, Portalegre, Sousel) e 10 freguesias (Alegrete, Alagoa, Fortios, Carreiras, Reguengo, Ribeira de Nisa, S. Julião, S. Lourenço, Sé e Urra).
A freguesia da Sé é de todas a que tem maior número de habitantes (9039).
Portalegre tem um município com 25980 habitantes, numa área de 446,24km2.
Geograficamente, Portalegre estabelece a ligação entre o Alentejo seco e as Beiras, cercada pelo sistema montanhoso da serra de S. Mamede num emaranhado de paisagens, de oliveiras, pinheiros, azinheiras e vinha, que dá a esta cidade características naturais invejáveis, situada numa das mais belas regiões de Portugal. A cidade encontra-se entre os 400 e 600 metro de altitude e para apreciar a beleza natural desta cidade temos os miradouros dos quais destacamos: o da Santa - Luzia, situado na serra a 679m de altitude com a magnífica vista sobre a cidade, miradouro da Penha, das Carreiras, miradouro da Igreja de Nossa Senhora da Lapa, belíssimo panorama do parque Natural da Serra de são Mamede – situada a 1025m de altitude é o ponto mais elevado do continente Português a sul do rio Tejo, Portalegre tem a sua riqueza na industria têxtil, corticeira, comércio na agricultura e no turismo.
Dentro e fora da cidade erguem-se Ermidas, Igrejas e Conventos. Portalegre chegou mesmo a ser conhecida como: «A Cidade dos sete Conventos». É sem dúvida uma cidade Religiosa.




Aqui ficam alguns nomes dos Conventos e Igrejas que ainda hoje existem: o Convento de S. Francisco, Santa Clara, S. Bernardo, S. António, S. Agostinho, o Seminário, Colégio dos Jesuítas, S. Sebastião, as Igrejas da Nossa Senhora da Lapa, Igreja da Penha, Igreja do Bonfim, entre outras.
Em 1556 foi lançada a primeira pedra para aquele que é hoje o principal Monumento da cidade de Portalegre, a imponente e grandiosa construção da Sé Catedral, consagrada a Nossa Senhora Assunção, no lugar onde antes estava a Igreja de Santa Maria do Castelo, a mando de D. João III.
Teve como seu primeiro Bispo o Espanhol D. Julião de Alva, capelão da rainha D. Catarina, que iniciou as obras da Sé Catedral com a compra de moradias e quintais à volta da Sé, em 1555.
O D. Julião de Alva sucederam-se os Bispos D. André de Noronha e D. Frei Amador Arrais, dando continuação às obras, a última pedra da abóbada foi colocada em 1575 e ficou terminada na sua totalidade no mesmo século.
Em 1795, a mando do Bispo D. Manuel Tavares, foi restaurada com a ampliação do Poço Episcopal. Construiu ainda a casa própria para o Cartório da Casa Eclesiástica. É nesse ano que a Sé Catedral fica finalmente concluída tal como se encontra nos dias de hoje.

A Sé Catedral de Portalegre foi classificada Monumento Nacional no ano 1910.
A Sé Catedral é constituída por 12 Capelas (Capela Mor, Capela do Santíssimo Sacramento, Capela do São Pedro, Capela de Nossa Senhora da Luz, Capela da Nossa Senhora do Carmo, Capela de São Crispim e São Crispiniano, Capela de Santa Catarina e São Jacinto e Nicolau, Capela de Santo António, Capela das Chagas, Capela de São Mouro, Capela de Nuno de Jesus (Nossa Senhora do Rosário) e Capela de São Jorge Santo Cristo) e o Claustro.
Entre todas destaca-se a Capela Mor, compõe-se de um retábulo de oito painéis quadrangulares e um semi-circulo que o remata no altar, as colunas de madeira entalhada, frisos, cornijas, nichos, mísolas e molduras, além das pinturas e dourados, têm decorações formadas por delicados motivos de rótulos e pendurados, querubins, festões laçaria, medalhões, entre outras, marcas do período do renascimento quinhentista. As esculturas com grande lavor artístico, representam em meio vulto as imagens dos Quatro Evangelistas e dos apóstolos S Pedro, S Paulo.
Colocadas nos lados do altar e sobrepostas às imagens de seis Doutores de Igreja e, ainda ao centro, vê-se a imagem de vulto de Nossa Senhora da Assunção.
O edifício no seu exterior é construído de uma forma quadrilátera de grandes proporções, tem a fachada um pouco reentrante, nos seus lados, duas torres quadradas, com três portas voltadas para o Oriente, que são sobrepostas por janelas de balcões separados por meias pilastras de granito, que se prolongam até à primeira cornija assentada nesta três janelões e, sobre estes, ergue-se um frontão rematado pela cruz ladeada por pináculos abalaustrados laterais que protegem um eirado que comunica com as torres. Estas são formadas por três corpos com cunhais de granito aparelhado e tem janelas e frestas com guarnições em bisel, cada torre tem quatro olhais com arcos de volta redonda onde estão os sinos. Entre quatro pináculos recortados que circundam o eirado superior de cada torre, erguem-se as cúpulas de forma octogonal afunilada, com remate em ferro forjado e que, no princÍpio da construção, foram revestidas de azulejos verdes e brancos. Tanto a porta principal da Sé como as laterais da fachada e as janelas do século XVIII, construídas em mármore cor-de-rosa da região de Estremoz.



O seu actual Bispo é D. Antonino Dias.

















Trabalho elaborado por:

Natália Gouveia

1 comentário:

  1. 'capela de s. mouro': trata-se da capela de s. mauro (amaro).
    'capela de nuno de jesus': trata-se de 'capela do menino jesus'.
    b bernardo

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