Curso de Educação e Formação de Adultos Crato – 2009/10
Operadores de Sistemas Informáticos
ENTREVISTA
ENTREVISTA AO DR. JOÃO TERESA RIBEIRO, PRESIDENTE DA CÂMARA DO CRATO, REALIZADA NO DIA 19 DE NOVEMBRO DE 2009, COM O OBJECTIVO DE CONHECER ALGUNS EIXOS DE INTERVENÇÃO DA ACTUAL GESTÃO DA CMC PARA OS PRÓXIMOS QUATRO ANOS.
Neste início de mandato, quais lhe parecem ser os eixos de acção/intervenção prioritária da Câmara Municipal do Crato (CMC) para os próximos quatro anos?
Alguns dos grandes problemas do concelho do Crato estão relacionados com o desemprego, a habitação e as empresas. Por isso, a nossa intervenção vai ser orientada para essas áreas e para esses eixos de intervenção. Vamos apresentar muito brevemente as Grandes Opções do Plano, onde vão constar a estratégia para ajudar a promover o desenvolvimento do Concelho do Crato.
A população do concelho do Crato era, em 1960, de 8.642 habitantes. Cerca de 20 anos depois, em 81, o número de habitantes já era de 5.642, ou seja, menos 3000 pessoas. No último senso de 2006, a população do concelho era apenas de 3.835 habitantes. O Sr. tem, com certeza, conhecimento desta redução acentuada e continua da população.
O que pretende fazer, durante o seu mandato, para fixar a população ou até inverter esta situação?
O problema do despovoamento do nosso Concelho é um problema que, infelizmente, diz respeito a todos os concelhos do interior do nosso País, quer ao Alentejo, quer às Beiras e a Trás-os-Montes. Tal problema tem a ver com as políticas realizadas pelos diferentes Governos, ou seja, não implementaram verdadeiras políticas de promoção de emprego e de correcção das desigualdades regionais, acentuando, por isso, os processos de não fixação das populações nas regiões do interior. Relativamente ao nosso concelho, a aposta continua a ser tentar influenciar e ganhar empresas a instalarem-se no nosso Município, o que não é tarefa fácil.
Vamos também solicitar a intervenção do próprio Governo na resolução de tais problemas. Há projectos importantíssimos para o nosso concelho como, por exemplo, o projecto da Barragem do Pisão, que é fundamental para fomentar e dinamizar o desenvolvimento do concelho do Crato, do distrito de Portalegre e da região. É um projecto que tem que ser executado pelo Governo, independentemente do partido que esteja no Governo. É um projecto que irá merecer uma atenção muito especial, visto que pode contribuir efectivamente para travar e inverter os processos de atraso económico, de despovoamento, de desemprego e de envelhecimento que nos afecta negativamente.
Os nossos escassos recursos financeiros vão ser investidos para que possamos enfrentar e travar o despovoamento no nosso concelho.
Para combater o problema do despovoamento do nosso concelho, a Câmara irá também disponibilizar lotes a preços acessíveis a todas as pessoas nomeadamente a jovens que queiram construir a sua própria habitação e fixar-se no nosso concelho.
Sr. Presidente, e o apoio à natalidade? Não lhe parece que seria uma boa estratégia a implementar para fixar a população mais jovem?
Penso que sim, mas devo dizer que a CMC tem as suas responsabilidades legais. Muitos problemas que existem no nosso concelho, e que são colocados, não são da responsabilidade da Câmara Municipal, são da responsabilidade do governo, o que não significa que a Câmara não dê apoio. Vamos tentar melhorar esses apoios às famílias, para que elas possam viver melhor e também dar apoio à própria natalidade.
O concelho do Crato é riquíssimo em Património. Tal como consta na página da internet do município “O Crato não é uma vila em vão – há nela qualquer coisa que cativa quando se a percorre no seu silêncio artístico e se termina ao lado das suas gentes”. Que intervenções ou que programas estão inseridos no âmbito da preservação do nosso património?
No âmbito do Património, o que está previsto é a dinamização do turismo e, por isso, estamos a realizar alguns estudos nesse sentido, para aproveitar tudo aquilo que o nosso concelho tem em termos de Património. É uma actividade que nós vamos tentar melhorar, para que se possa melhorar a vida de todos aqueles que aqui vivem e trabalham. Algumas obras já estão em curso e outras em preparação. Estamos a estudar as áreas em que devemos intervir, no sentido não só de preservar o nosso Património, como também de valorizá-lo e utilizá-lo em prol da comunidade. É essa a nossa intenção e é nesse sentido que vamos continuar a trabalhar. Como sabem, há pouco mais de um mês que tomámos posse, por essa razão estamos agora a planear todo o nosso trabalho, para desenvolvê-lo em benefício do progresso e da dignificação do nosso concelho.
Que medidas se propõe para promover o turismo?
Relativamente ao turismo, vamos facilitar todos aqueles que queiram investir no nosso Concelho. Já começaram a aparecer alguns investidores. Pretendemos dinamizar aquilo que temos, o que implica estudar devidamente as formas de actuação nesta área importantíssima do desenvolvimento do nosso território.
Relativamente ao problema do desemprego, que medidas de combate pretende a CMC implementar?
Como tenho referido ao longo desta entrevista, muitos dos problemas mais graves que nós temos, e que não são só do Concelho do Crato, mas também dos outros concelhos do interior do País, são problemas que terão que ser resolvidos, repito, pelo Governo, visto que nós não temos meios financeiros nem competências legais para os resolver, que afectam negativamente a vida da maioria das famílias do concelho.
Vamos tentar, mais uma vez, reivindicar do Governo políticas activas de promoção do emprego e também mais meios para tentarmos atrair empresas para o concelho. Estas são algumas das medidas que pretendemos tomar.
Ao mesmo tempo, vamos trabalhar para que os trabalhos e obras da Câmara sejam realizados por empresas do concelho, que é uma forma de também garantir postos de emprego às pessoas. Só devemos dar determinados serviços e obras a empresas fora do concelho ou do distrito, se não houver cá as empresas qualificadas para os prestar e executar.
Sei que algumas medidas são insuficientes para resolver o problema do desemprego, um problema bastante grave. Praticamente todos os dias vêm pessoas pedir trabalho à Câmara e a Câmara não pode resolver, de facto, esse grave problema das famílias, porque esta questão está relacionada com os meios financeiros que temos. Nós temos cerca de três mil e quinhentos habitantes no nosso concelho e os funcionários da Câmara já são mais de cem. Ora, por cada trabalhador da Câmara, há cerca de trinta habitantes, por isso temos que ter em conta esta situação.
A Câmara não condições para combater e resolver este gravíssimo problema que afecta a vida das famílias do nosso concelho. Logo, temos que nos socorrer de outras instituições e apelar à sua compreensão para ajudar a combater este grave problema. Muitas famílias e jovens são obrigados a sair para outros concelhos do nosso país e muitos até para o estrangeiro, para poderem ganhar a sua vida.
Que actividades e programas pretendem implementar para promover a qualidade de vida dos habitantes do concelho?
Não há qualidade de vida se as pessoas não tiverem trabalho, esta condição é fundamental, sobretudo para os jovens. Estamos a tomar algumas medidas, nomeadamente, na área do abastecimento de água. Até há pouco tempo, temos consumido água que não tinha as condições de qualidade previstas na lei para ser consumida. Por isso já tomámos providências e medidas para que a empresa Águas do Norte Alentejano abastecesse o concelho do Crato, o que veio melhorar consideravelmente a qualidade de vida das populações, porque, a partir de agora, já podem beber água de qualidade das torneiras das suas habitações o que não acontecia há muito tempo. Segundo foi informado, o abastecimento de água de qualidade às populações já está a ser feito através das Águas do Norte Alentejano, em todas as freguesias à excepção das freguesias do Monte da Pedra e da Aldeia da Mata, onde se estão a fazer as obras necessárias para se poder fazer a ligação e posteriormente o respectivo fornecimento. Temos também o caso do Pisão, que ainda não está resolvido, mas que pretendemos resolver. A questão da água vai melhorar, de facto, a qualidade de vida das populações, mas é apenas um dos aspectos da qualidade de vida.
Mas, o mais importante para a qualidade de vida é a questão do emprego, que não está resolvido.
Vamos ainda trabalhar para resolver o problema do tratamento dos esgotos, que em algumas freguesias ainda não está resolvido. Como nós sabemos, há esgotos que contaminam as águas dos poços e as águas de ribeiras, prejudicando o meio ambiente e a saúde pública e, consequentemente, a qualidade de vida das populações.
O Sr. Presidente pretende ajudar os jovens desempregados e estudantes e dar continuidade à dinâmica jovem?
A Câmara Municipal do Crato não pode, de facto, resolver os problemas dos jovens, como alguém quis dar a entender. A Câmara não tem possibilidades financeiras para resolver os seus problemas e quem diz o contrário mente. Estou aqui para ajudar os jovens, mas não para os enganar e criar falsas expectativas. Os problemas do nosso concelho têm a ver sobretudo com o problema do desemprego quer dos jovens, quer dos menos jovens, não temos capacidade financeira para o superar. No entanto, vamos fazer o melhor que pudermos e é para isso que estamos a trabalhar, mas não gostaria de criar expectativas falsas, dizendo que vamos resolver o problema dos jovens, porque não vamos, no sentido em que não temos meios, nem responsabilidades legais e condições para o fazer.
Gostaria de dizer uma coisa que não disse ainda. As Câmaras Municipais do nosso País gastam menos de 2% do Orçamento do Estado de 2009. Os outros 98% são gastos pelo Governo. Ora, não se pode exigir às Câmaras Municipais, e eu estou a falar não só na do Crato, mas de todas, que resolvam este problema com 2% do Orçamento do Estado, não devemos esquecer que a grande parte dos meios financeiros do País são gastos pela Administração Central, ou seja, mais concretamente pelo Governo, é este que tem a responsabilidade legal de resolver os graves problemas que afectam o País e o nosso concelho, incluindo os problemas dos jovens. Seria bom que a Câmara Municipal do Crato tivesse condições para resolver o problema dos jovens, mas não temos.
No entanto, tentaremos fazer o melhor e é isso que vamos fazer, nomeadamente tentando ajudar a criar alguns empregos e colocando lotes de terreno a preços abaixo do seu custo real. É isso que vamos fazer, mas saliento e repito: a Câmara não tem condições para resolver o problema dos jovens, mas faremos o nosso melhor.
Que mensagem gostaria de deixar aos cidadãos do nosso concelho?
Gostaria de referir que todos nós somos necessários para resolver os problemas do nosso concelho e que devemos ter uma conduta positiva, relativamente ao futuro, não devemos desanimar. Temos que trabalhar e lutar para alterar as nossas condições de vida e exigir a quem tem o dever legal que resolva também os problemas. Não se pode ficar parado e nem se pode ficar à espera que os outros resolvam os nossos problemas. Devemos tomar a iniciativa e todos devemos fazer o melhor para alterar positivamente a nossa vida e a vida dos outros seres humanos.
A mensagem que eu gostaria de deixar, em suma, é que é possível transformar o mundo; é possível melhorar a vida de cada um de nós; é possível repartir melhor a riqueza criada no nosso País que, infelizmente, sabemos que está muito mal distribuída; é possível, de facto, termos uma vida melhor… se aqueles que estão a governar o País tivessem uma conduta diferente daquela que têm tido e, teríamos, certamente, uma vida melhor.
É esta mensagem positiva que deixo aos cidadãos do nosso concelho. Que ninguém baixe os braços, para que possamos transformar o nosso concelho num concelho melhor e com mais alegria.
Operadores de Sistemas Informáticos
ENTREVISTA
ENTREVISTA AO DR. JOÃO TERESA RIBEIRO, PRESIDENTE DA CÂMARA DO CRATO, REALIZADA NO DIA 19 DE NOVEMBRO DE 2009, COM O OBJECTIVO DE CONHECER ALGUNS EIXOS DE INTERVENÇÃO DA ACTUAL GESTÃO DA CMC PARA OS PRÓXIMOS QUATRO ANOS.
Neste início de mandato, quais lhe parecem ser os eixos de acção/intervenção prioritária da Câmara Municipal do Crato (CMC) para os próximos quatro anos?
Alguns dos grandes problemas do concelho do Crato estão relacionados com o desemprego, a habitação e as empresas. Por isso, a nossa intervenção vai ser orientada para essas áreas e para esses eixos de intervenção. Vamos apresentar muito brevemente as Grandes Opções do Plano, onde vão constar a estratégia para ajudar a promover o desenvolvimento do Concelho do Crato.
A população do concelho do Crato era, em 1960, de 8.642 habitantes. Cerca de 20 anos depois, em 81, o número de habitantes já era de 5.642, ou seja, menos 3000 pessoas. No último senso de 2006, a população do concelho era apenas de 3.835 habitantes. O Sr. tem, com certeza, conhecimento desta redução acentuada e continua da população.
O que pretende fazer, durante o seu mandato, para fixar a população ou até inverter esta situação?
O problema do despovoamento do nosso Concelho é um problema que, infelizmente, diz respeito a todos os concelhos do interior do nosso País, quer ao Alentejo, quer às Beiras e a Trás-os-Montes. Tal problema tem a ver com as políticas realizadas pelos diferentes Governos, ou seja, não implementaram verdadeiras políticas de promoção de emprego e de correcção das desigualdades regionais, acentuando, por isso, os processos de não fixação das populações nas regiões do interior. Relativamente ao nosso concelho, a aposta continua a ser tentar influenciar e ganhar empresas a instalarem-se no nosso Município, o que não é tarefa fácil.
Vamos também solicitar a intervenção do próprio Governo na resolução de tais problemas. Há projectos importantíssimos para o nosso concelho como, por exemplo, o projecto da Barragem do Pisão, que é fundamental para fomentar e dinamizar o desenvolvimento do concelho do Crato, do distrito de Portalegre e da região. É um projecto que tem que ser executado pelo Governo, independentemente do partido que esteja no Governo. É um projecto que irá merecer uma atenção muito especial, visto que pode contribuir efectivamente para travar e inverter os processos de atraso económico, de despovoamento, de desemprego e de envelhecimento que nos afecta negativamente.
Os nossos escassos recursos financeiros vão ser investidos para que possamos enfrentar e travar o despovoamento no nosso concelho.
Para combater o problema do despovoamento do nosso concelho, a Câmara irá também disponibilizar lotes a preços acessíveis a todas as pessoas nomeadamente a jovens que queiram construir a sua própria habitação e fixar-se no nosso concelho.
Sr. Presidente, e o apoio à natalidade? Não lhe parece que seria uma boa estratégia a implementar para fixar a população mais jovem?
Penso que sim, mas devo dizer que a CMC tem as suas responsabilidades legais. Muitos problemas que existem no nosso concelho, e que são colocados, não são da responsabilidade da Câmara Municipal, são da responsabilidade do governo, o que não significa que a Câmara não dê apoio. Vamos tentar melhorar esses apoios às famílias, para que elas possam viver melhor e também dar apoio à própria natalidade.
O concelho do Crato é riquíssimo em Património. Tal como consta na página da internet do município “O Crato não é uma vila em vão – há nela qualquer coisa que cativa quando se a percorre no seu silêncio artístico e se termina ao lado das suas gentes”. Que intervenções ou que programas estão inseridos no âmbito da preservação do nosso património?
No âmbito do Património, o que está previsto é a dinamização do turismo e, por isso, estamos a realizar alguns estudos nesse sentido, para aproveitar tudo aquilo que o nosso concelho tem em termos de Património. É uma actividade que nós vamos tentar melhorar, para que se possa melhorar a vida de todos aqueles que aqui vivem e trabalham. Algumas obras já estão em curso e outras em preparação. Estamos a estudar as áreas em que devemos intervir, no sentido não só de preservar o nosso Património, como também de valorizá-lo e utilizá-lo em prol da comunidade. É essa a nossa intenção e é nesse sentido que vamos continuar a trabalhar. Como sabem, há pouco mais de um mês que tomámos posse, por essa razão estamos agora a planear todo o nosso trabalho, para desenvolvê-lo em benefício do progresso e da dignificação do nosso concelho.
Que medidas se propõe para promover o turismo?
Relativamente ao turismo, vamos facilitar todos aqueles que queiram investir no nosso Concelho. Já começaram a aparecer alguns investidores. Pretendemos dinamizar aquilo que temos, o que implica estudar devidamente as formas de actuação nesta área importantíssima do desenvolvimento do nosso território.
Relativamente ao problema do desemprego, que medidas de combate pretende a CMC implementar?
Como tenho referido ao longo desta entrevista, muitos dos problemas mais graves que nós temos, e que não são só do Concelho do Crato, mas também dos outros concelhos do interior do País, são problemas que terão que ser resolvidos, repito, pelo Governo, visto que nós não temos meios financeiros nem competências legais para os resolver, que afectam negativamente a vida da maioria das famílias do concelho.
Vamos tentar, mais uma vez, reivindicar do Governo políticas activas de promoção do emprego e também mais meios para tentarmos atrair empresas para o concelho. Estas são algumas das medidas que pretendemos tomar.
Ao mesmo tempo, vamos trabalhar para que os trabalhos e obras da Câmara sejam realizados por empresas do concelho, que é uma forma de também garantir postos de emprego às pessoas. Só devemos dar determinados serviços e obras a empresas fora do concelho ou do distrito, se não houver cá as empresas qualificadas para os prestar e executar.
Sei que algumas medidas são insuficientes para resolver o problema do desemprego, um problema bastante grave. Praticamente todos os dias vêm pessoas pedir trabalho à Câmara e a Câmara não pode resolver, de facto, esse grave problema das famílias, porque esta questão está relacionada com os meios financeiros que temos. Nós temos cerca de três mil e quinhentos habitantes no nosso concelho e os funcionários da Câmara já são mais de cem. Ora, por cada trabalhador da Câmara, há cerca de trinta habitantes, por isso temos que ter em conta esta situação.
A Câmara não condições para combater e resolver este gravíssimo problema que afecta a vida das famílias do nosso concelho. Logo, temos que nos socorrer de outras instituições e apelar à sua compreensão para ajudar a combater este grave problema. Muitas famílias e jovens são obrigados a sair para outros concelhos do nosso país e muitos até para o estrangeiro, para poderem ganhar a sua vida.
Que actividades e programas pretendem implementar para promover a qualidade de vida dos habitantes do concelho?
Não há qualidade de vida se as pessoas não tiverem trabalho, esta condição é fundamental, sobretudo para os jovens. Estamos a tomar algumas medidas, nomeadamente, na área do abastecimento de água. Até há pouco tempo, temos consumido água que não tinha as condições de qualidade previstas na lei para ser consumida. Por isso já tomámos providências e medidas para que a empresa Águas do Norte Alentejano abastecesse o concelho do Crato, o que veio melhorar consideravelmente a qualidade de vida das populações, porque, a partir de agora, já podem beber água de qualidade das torneiras das suas habitações o que não acontecia há muito tempo. Segundo foi informado, o abastecimento de água de qualidade às populações já está a ser feito através das Águas do Norte Alentejano, em todas as freguesias à excepção das freguesias do Monte da Pedra e da Aldeia da Mata, onde se estão a fazer as obras necessárias para se poder fazer a ligação e posteriormente o respectivo fornecimento. Temos também o caso do Pisão, que ainda não está resolvido, mas que pretendemos resolver. A questão da água vai melhorar, de facto, a qualidade de vida das populações, mas é apenas um dos aspectos da qualidade de vida.
Mas, o mais importante para a qualidade de vida é a questão do emprego, que não está resolvido.
Vamos ainda trabalhar para resolver o problema do tratamento dos esgotos, que em algumas freguesias ainda não está resolvido. Como nós sabemos, há esgotos que contaminam as águas dos poços e as águas de ribeiras, prejudicando o meio ambiente e a saúde pública e, consequentemente, a qualidade de vida das populações.
O Sr. Presidente pretende ajudar os jovens desempregados e estudantes e dar continuidade à dinâmica jovem?
A Câmara Municipal do Crato não pode, de facto, resolver os problemas dos jovens, como alguém quis dar a entender. A Câmara não tem possibilidades financeiras para resolver os seus problemas e quem diz o contrário mente. Estou aqui para ajudar os jovens, mas não para os enganar e criar falsas expectativas. Os problemas do nosso concelho têm a ver sobretudo com o problema do desemprego quer dos jovens, quer dos menos jovens, não temos capacidade financeira para o superar. No entanto, vamos fazer o melhor que pudermos e é para isso que estamos a trabalhar, mas não gostaria de criar expectativas falsas, dizendo que vamos resolver o problema dos jovens, porque não vamos, no sentido em que não temos meios, nem responsabilidades legais e condições para o fazer.
Gostaria de dizer uma coisa que não disse ainda. As Câmaras Municipais do nosso País gastam menos de 2% do Orçamento do Estado de 2009. Os outros 98% são gastos pelo Governo. Ora, não se pode exigir às Câmaras Municipais, e eu estou a falar não só na do Crato, mas de todas, que resolvam este problema com 2% do Orçamento do Estado, não devemos esquecer que a grande parte dos meios financeiros do País são gastos pela Administração Central, ou seja, mais concretamente pelo Governo, é este que tem a responsabilidade legal de resolver os graves problemas que afectam o País e o nosso concelho, incluindo os problemas dos jovens. Seria bom que a Câmara Municipal do Crato tivesse condições para resolver o problema dos jovens, mas não temos.
No entanto, tentaremos fazer o melhor e é isso que vamos fazer, nomeadamente tentando ajudar a criar alguns empregos e colocando lotes de terreno a preços abaixo do seu custo real. É isso que vamos fazer, mas saliento e repito: a Câmara não tem condições para resolver o problema dos jovens, mas faremos o nosso melhor.
Que mensagem gostaria de deixar aos cidadãos do nosso concelho?
Gostaria de referir que todos nós somos necessários para resolver os problemas do nosso concelho e que devemos ter uma conduta positiva, relativamente ao futuro, não devemos desanimar. Temos que trabalhar e lutar para alterar as nossas condições de vida e exigir a quem tem o dever legal que resolva também os problemas. Não se pode ficar parado e nem se pode ficar à espera que os outros resolvam os nossos problemas. Devemos tomar a iniciativa e todos devemos fazer o melhor para alterar positivamente a nossa vida e a vida dos outros seres humanos.
A mensagem que eu gostaria de deixar, em suma, é que é possível transformar o mundo; é possível melhorar a vida de cada um de nós; é possível repartir melhor a riqueza criada no nosso País que, infelizmente, sabemos que está muito mal distribuída; é possível, de facto, termos uma vida melhor… se aqueles que estão a governar o País tivessem uma conduta diferente daquela que têm tido e, teríamos, certamente, uma vida melhor.
É esta mensagem positiva que deixo aos cidadãos do nosso concelho. Que ninguém baixe os braços, para que possamos transformar o nosso concelho num concelho melhor e com mais alegria.
Trabalho realizado por: Ana Isabel, Ana maria, Rosa Clara, Jesus Chambel